quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Guardando o Rebanho - Silva Porto


Análise da obra
Guardando o Rebanho

A obra Guardando o Rebanho, de António Carvalho da Silva Porto, que se encontra no Museu Nacional de Soares dos Reis (Porto), e realizada com óleo sobre tela (160 x 200cm), foi criada em 1893, e insere-se na estética realista.

Nesta pintura, tão própria do Realismo, pode-se observar uma atmosfera bastante objectiva e luminosa do campo, em que subsiste uma descrição detalhada e pormenorizada de toda a Natureza e elementos envolventes (montes, ervas, terra batida, etc.).

A nível iconográfico, pode-se presenciar um camponês num plano mais próximo, a ordenar o seu rebanho de ovelhas (sinónimo de sustento e de trabalho). Este é ainda acompanhado por um burro que suporta um fardo de palha e, onde se encontra uma digna e trabalhadora camponesa. Podemos concluir, pelas sombras e pela luminosidade com que o pintor concretizou esta obra, que esta é realizada num ambiente de Verão, onde a temperatura parece ser a protagonista. Ou seja, revela-se, assim, as duras condições de trabalho com que as classes mais baixas eram confrontadas diariamente.

Nesta obra pictórica, Silva Porto, consegue transmitir que as personagens do quadro têm carisma, dignidade e, com isso, são merecedoras de todo o respeito. Num ambiente próximo do Alentejo, dada a presença da oliveira, o artista consegue reflectir melhor do que ninguém o objectivo deste movimento que, utilizou a arte como instrumento de denúncia social e política (arte útil).

Os artistas como Silva Porto (1850-94), Silva Oliveira (1853-1927), José Malhoa (1855-1933) e Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929), insurgiram-se contra o rigor académico e, procuraram simplificar o claro-escuro e praticar uma composição naturalista, sem alterar o enquadramento das cenas captadas. De forma geral, o desenho e a cor são matéricos e opacos e as pessoas são representadas com um ar simples e humilde, mas não miserável.

Captando a realidade social da 2ª metade do século XIX e, abandonando o subjectivismo, o sentimentalismo e o nacionalismo do Romantismo, os artistas deste movimento conseguem observar a realidade e reproduzi-la com sinceridade, demonstrando interesse pelo mundo contemporâneo. Atente-se quem em Portugal este estilo que se soube influenciar pela Fotografia, pelo Positivismo de Comte e, pelo Naturalismo de Escola de Barbizon, sofreu um atraso estrutural. Dado num período denominado por Regeneração, foi fortemente marcado pela conjectura social, económica e política (partilha de África no Congresso de Berlim, Ultimato Inglês, ditadura de João Franco, contestação à monarquia e o desenvolvimento dos ideais republicanos). No entanto, o aparecimento de obras como estas, numa sociedade conservadora nas suas mentalidades, reflecte que existiam artistas e mentes preocupadas com os seres mais vulneráveis e desfavorecidos da sociedade do século da mudança, das transformações e dos fortes efeitos da industrialização.

A obra de Silva Porto é uma das mais simbólicas e importantes do Realismo em Portugal ou não fosse a sua representação do real e dos temas sociais tão racional e criativa.

Trabalho de:Tânia Filipa Madeira Roberto

Grupo do Leão - Columbano Bordalo Pinheiro

I Identificação da obra
Obra
O Grupo do Leão. Mede 200 cm de altura e 380 cm de largura.
Autor
Columbano Bordalo Pinheiro
Data
Período
Realismo começou por revelar-se no tratamento da paisagem, que se despiu da elevação e personificação românticas para se ater, simplesmente, na reprodução sossegada e neutra, do que se oferece à vista do pintor. Passou, depois, aos temas do quotidiano, que tratou de forma simples e crua.
Proveniência
Lisboa, Adquirido pelo Estado em 1953 e em exposição no museu do chiado.
Tema
Reunião lisbonense na cervejaria “Leão”. Que era o ponto de encontro de amigos, admiradores e discípulos, por causa de Silva Porto que voltou de Paris onde fora discípulo de Daubigny, tomou conta da cadeira de pintura da Escola de Belas-Artes de Lisboa e soube criar à sua volta um ambiente de vivo entusiasmo, verdadeiramente invulgar para a época. O jornalista Mariano Pina baptizou-os de "O Grupo do Leão". Tratava-se de um grupo sem estatutos nem regras, feito ao sabor de relações e de esperanças comuns, em que as discussões estéticas e o convívio eram bem alegres e, por vezes, bem vivas.
Técnica
Óleo sobre tela.

II Estrutura formal
Traço
Exprime movimento através do momento captado pelo pintor. Pincelada realista e fluida que capta as feições de cada individuo. O traço consegue transmitir um ambiente alegre.
Formas
absolutas, fechadas, simplificadas realisticamente e proporcionais. No quadro representa se 14 formas humanas.
Representação espacial
Neste quadro apresentação é tridimensional, porque tem volume e perspectiva.
Luz e sombra
Maioria do espaço estão iluminadas excepto de baixo da mesa. Os focos da luz não aparecem no quadro, a luz parece ser de candeeiro. O fundo é claro e neutro, espaço favorável à inscrição das figuras que se tornam silhuetas. A importância de claro-escuro é idêntico em toda a pintura e a paleta quase rejeita a cor referindo-se para uma poupança monocromática.
Cores
é uma escala reduzida de cores sendo essa escala constituída por: O amarelo (cor principal) transmite calor, luz e descontracção. Simbolicamente está associado à felicidade. É também uma cor energética, activa que transmite optimismo. O Ocre é uma cor quente, tal como o amarelo e o castanho. É pois uma cor activa que, significa movimento e espontaneidade. O Preto Significa dignidade, mas também se liga ao mistério.
Organização espacial
É um quadro muito cheio. O centro do quadro é único lugar vazio. Nesse lugar encontra-se uma toalha e uma garrafa com líquido suspeito. No quadro estão representados (como nos referimos anteriormente) 14 figuras As figuras dispõem – se numa faixa horizontal e estão emolduradas por colunas e um parapeito que asseguram a ideia de espaço teatral para os “estruturadores” da nova pintura portuguesa. Sentados, da esquerda para a direita: Henrique Pinto, José Malhoa, João Vaz, Silva Porto, António Ramalho, Moura Girão, Rafael Bordalo Pinheiro e José Rodrigues Vieira.
De pé, da esquerda para a direita: João Ribeiro Cristino, um dos proprietários da cervejaria, o empregado de mesa Manuel Fidalgo, Columbano Bordalo Pinheiro, outro proprietário e Cipriano Martins
Iconografia
Nós pensamos que o sítio pode estar relacionado com as pessoas devido ao orgulho e à auto-confiança do grupo, relacionado com nome do restaurante. Para mais informações consultar Cores.

Trabalho de:
Marina Balyuk
Miguel Queiroz Martinho

Os Bêbados ou Festejando o S.Martinho - José Malhoa


1. Obra

“Os Bêbados ou Festejando o S. Martinho”


2. Autor

José Malhoa


3. Data

1907


4. Período

séc. XX


5. Proveniência

O quadro está no Museu de José Malhoa das Caldas da Rainha


6. Tema

É um quadro de costumes, são bêbados a festejar o sº Martinho a comerem as sardinhas e a beberem vinho que era um culto, as expressões da cara e das mãos são reais e bem desenhadas. Trata um momento do ciclo da vida rural, apreendido no verismo dos objectos e texturas e no realismo do ambiente e dos seus modelos, os próprios aldeãos da região de Figueiró dos Vinhos. A importância de Malhoa na cultura portuguesa pauta-se pelo entendimento que assim transmite do seu ofício de pintar, numa obra que aborda trechos urbanos e burgueses, mas principalmente percorre os aspectos da ruralidade do país, desde a paisagem a esta realidade dos costumes e das vivências do quotidiano. Recolhe, desse modo, o conteúdo autêntico dum panorama humano diversificado, a que não é estranha a compreensão da sua relação com o meio e a natureza envolvente, um imaginário comum servido por uma arte de notáveis recursos técnicos.


7. Técnica

Óleo sobre tela.

Estrutura formal

1. Traços

é expressivo,


2. Formas:

realista e representa o alcoolismo da época


3. Representação espacial



4. Luz e sombra :

sombrio, existência de um foco de luz,


5. Cores:

escuras, tons de pastel,


6. Organização espacial:

bem estruturadas as figuras estão em circunferência a volta da folha


7. Iconografia:

parte do vinho e o deus Baco, as sardinhas e o festejo

Trabalho de:

Sofia Neto

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Marques de Oliveira - Napolitana, As Costureiras Trabalhanado e Esperando o Barco


João Marques da Silva Oliveira

Contexto Histórico (transversal às 3 obras)
Em Portugal, só a partir de 1870 se começaram a notar sinais de renovação artística, principalmente por influência da cultura francesa. Ainda presas aos ideais românticos e académicos, as faculdades de Belas-Artes de Lisboa e Porto institucionalizaram a atribuição de bolsas para a formação de artistas fora do país, especialmente em Paris, o que proporcionou o contacto dos artistas portugueses com as influências realistas e naturalistas. Um desses artistas foi João Marques da Silva Oliveira.

No entanto, e embora alguns artistas e intelectuais do panorama português (como Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão) tenham aderido ao programa realista, de claros contornos sociais e políticos, foi o naturalismo que se destacou e fez vingar. Inspirado na pintura ao ar livre da Escola de Barbizon, recebeu muito interesse por parte dos artistas e do público portugueses, de tal modo que se prolongou na pintura até cerca de 1940 (quase metade do século XX).







Obra:
Napolitana


Data:
Século XIX (1877-1878)


Origem:
desconhecida


Localização:
Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto


Corrente Artística:
Naturalismo Português


Tema:
Retrato de uma mulher napolitana, com o seu traje tradicional.


Técnica:
Óleo sobre a tela

ESTRUTURA FORMAL


Traço:
Exprime movimento, muito fluido, pincelada curta.


Formas:
Proporcionais, fluidas e em simbiose com o ambiente da obra.


Representação Espacial:
Bidimensional


Luz e Sombra:
Tratamento fotográfico da luz, quase impressionista. Sombra colorida e não negra. Foco de luz proveniente do canto superior direito do quadro.


Cores:
Harmónicas, vivas e puras.


Organização Espacial:
Objecto principal da obra (a mulher) ao centro do quadro; despreocupação com academismos.

Iconografia:
Representação do povo e dos seus costumes e tradições. O traje e acessórios da retratada remetem para esse universo.






Obra:
Costureiras Trabalhando ou Interiores

Data:
Século XIX - 1884

Origem:
desconhecida

Localização:
Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto


Corrente Artística:
Naturalismo Português


Tema:
O trabalho das costureiras, a representação de uma cena interior.


Técnica:
Óleo sobre a tela

ESTRUTURA FORMAL


Traço:
Exprime o relevo das formas, e parece bastante um pouco rígido.


Formas:
Fechadas, proporcionais

Representação Espacial:
Perspéctica


Luz e Sombra:
Foco de luz proveniente da janela aberta. Sombras negras, e muito definidas.

Cores:
Puras.


Organização Espacial:
Eixos organizacionais atravessam a obra a meio na horizontal e do canto superior esquerdo ao inferior direito.


Iconografia:
Representação do dia-a-dia das mulheres, de classe média-baixa.


Obra:Esperando os Barcos

Data:
Século XIX - 1892

Origem:
desconhecida


Localização:
Museu do Chiado, Lisboa


Corrente Artística:
Naturalismo Português


Tema:
Retrato de uma mulher do povo, pensativa, à espera de um barco.


Técnica:
Óleo sobre a tela

ESTRUTURA FORMAL


Traço:
Exprime movimento, e é mais definido no plano principal, tornando-se menos definido nos planos mais profundos. Pincelada rígida e regrada no plano principal, e rápida e indefinida nos planos mais profundos.

Formas:
Proporcionais, um pouco rígidas, e muito realistas


Representação Espacial:
Perspéctica


Luz e Sombra:
Tratamento fotográfico da luz, quase impressionista. Sombras coloridas.


Cores:
Puras, vivas e harmónicas


Organização Espacial:
Com eixos que dividem a obra a meio, na horizontal, e com o objecto principal da obra (a mulher), descentrada, situada à esquerda do centro.


Iconografia:
Representação de um momento da vida de uma mulher do povo, e da sua angústia ao esperar que um hipotético marido ou familiar volte de um dia de trabalho no mar.


Trabalho de:
Diogo Jorge
Mariana Fernandes
Ricardo Silva

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Colheita-Ceifeiras - Silva Porto


Nome da Obra:
Colheita-Ceifeiras
Autor:
António Carvalho da Silva Porto
Data:
1893

Período:Pertencente à segunda metade do séc. XIX, e quase no séc. XX, esta pintura está entre o
Realismo e o Naturalismo português. Numa época em que a revolução industrial se espalhava pelo mundo, em Portugal começava a sentir-se os primeiros sopros daquilo a que se viria a transformar em ventos de mudança artística (sabemos que em Portugal tudo chega com um pequeno “delay”). Silva Porto estuda no Porto e vai estagiar em França e depois Itália. Regressa a Portugal onde vai ensinar para Lisboa pintura de paisagem. É um dos fundadores do Naturalismo. Como já disse, o pintor encontra-se entre o Naturalismo e o Realismo, estilos que definem muito bem as formas que são pintadas, assumindo a forma e a proporção e examinando o detalhe de uma maneira quase obcessiva. Esta observação minunciosa é fruto de uma vontade de evasão provocado pelo emergente e abusivo domínio da máquina e da indústria, por cujas mãos surge o capitalismo. Está portanto ligado a ideias socialistas e comunistas que se opõem a este recente choque tecnológico. Silva Porto destaca-se em Portugal, como Millet em França, ou Daumier ou Rosa Bonheur.

Tema:
Esta obra tem um carácter claramente realista. Representa a natureza com extremo detalhe e exprime também uma natureza de carácter social. Mostra uma vida dura em que as asperezas não são poupadas. O olhar da mulher em primeiro plano transmite talvez uma conformação cansada, uma rendição a uma vida de trabalhos. Não mostra a infelicidade, nem a miséria, mas um peso eterno que a postura da segunda mulher dá a notar, mais as cores escuras das suas vestes, reforçado pelos campos infinitos que se estendem nas suas costas. A crítica social é óbvia, mostrando uma classe que é porventura desfavorecida em relação à recentemente emergente burguesia capitalista.

Parece o Alentejo. As cores de vegetação seca e a luz forte dão a sensação de que o dia está quente ou a aquecer, e que o fim do dia de trabalho está longe. Apresenta uma clara semelhança com as “Respigadoras” de Millet.

Técnica:
Esta é uma pintura em tela realizada com tinta de óleo. A pincelada é cuidada como apraz ao bom estilo realista/naturalista. Mais não foi possível saber.

Estrutura Formal:No que toca à estrutura formal, esta pintura apresenta os traços característicos do estilo realista, com pinceladas curtas e cuidadas atingindo com perfeccionismo (e não perfeição) os detalhes. As figuras mostram-se detalhadas em termos de forma e proporção, e é perceptível o movimento que executam, embora não se apresentem impressões ou grafismos que exprimam esse movimento de forma directa; somente a pose assume esse movimento leve e lento.

O quadro é perfeitamente tridimensional apresentando uma clara noção de profundidade pelos campos dourados fora, até à linha do horizonte (situada no primeiro terço da imagem a contar de cima).

A luz e as cores jogam neste quadro, sendo que se nota a franca iluminação do sol sobre os campos secos de tons dourados, mostrando um início de manhã, pois a sombra projectada das duas figuras femininas vai longa e o horizonte apresenta uma coloração mais acizentada (toda a perspectiva vai tornando as tonalidades menos saturadas e mais acizentadas á medida que se aproximam do horizonte). O céu pinta-se de um azul que ganha força à medida que sobe. As cores dos campos não são puras, assim como toda a complexa trama de tonalidades que se mostram nas escuras vestimentas das mulheres.
O horizonte corta a pintura no primeiro terço da pintura a contar de cima e há duas linhas diagonais que atravessam o quadro unindo as cabeças das mulheres e os respectivos pés reforçando a noção perspética da composição (a sombra da mulher em primeiro plano segue essa linha).


Trabalho de:
Gonçalo Costa

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

À Beira-Mar ou Praia das Maçãs - José Malhoa

I - Identificação das Obras
1-ObraÁ Beira-Mar ou Praia das Maças

2 – Autor
José Malhoa.

3- Data da Obra
1918.

4 – Período
Realismo.O contexto histórico em que se insere é pós-revolução industrial, ou seja, consolidação do capitalismo e liberalismo comercial que resultaram em desníveis sociais entre burguesia e proletariado, aparecendo novos ideais sociais e políticos que resultaram em movimentos socialistas, democráticos e republicanos. Deste modo, a consciência do povo e dos artistas modifica-se, tornando-os mais activos e interventivos, lutando pelos seus direitos.

5 - Local onde se encontra actualmente
Museu do Chiado, em Lisboa.

6 –
A pintura Á beira-mar ou praia das maças representa uma realidade do quotidiano juntando dois dos aspectos da pintura de Malhoa, o retrato e a paisagem. Nesta pintura retrata um casal, visto num terraço de um restaurante sobre o mar. Ao centro do quadro encontra-se esse casal, a figura feminina com um vestido cor-de-rosa e um chapéu creme, esta sentada de perna cruzada onde apoia o braço esquerdo, o outro braço sobre o encosto da cadeira, encontra-se de costas para o espectador. A figura masculina de fato preto tem o cotovelo apoiado na mesa e a cabeça apoiada na mão desse mesmo braço, encontra-se de frente para o espectador e para a figura feminina. Este casal esta sentado a mesa a conversar e sobre a mesa encontra-se uma toalha branca, no lado esquerdo da figura feminina está um jarro e chávenas, nesse mesmo canto esquerdo da mesa conseguimos ver a madeira da mesa, pois o vento levantou a toalha. Ainda do lado esquerdo da figura feminina esta encostado ao parapeito e a mesa um banco colectivo em madeira e depois do parapeito encontra-se o mar, com as ondas a bater nas rochas. Atrás da figura masculina encontra-se outra mesa e mais ao fundo a parede onde acaba o terraço. Ainda dentro do terraço encontra-se a direita da figura feminina junto da parede uma planta e uma mesa com outros clientes do restaurante e junto a cadeira da figura feminina metade de um banco e sobre ele o chapéu creme com uma risca preta, da figura masculina e a sombrinha cor-de-rosa, da figura feminina.
Sobre o terraço vemos um toldo em palha apoiado por paus de madeira que se encontram junto ao parapeito e no meio da varanda.

7 – A técnica
óleo sobre madeira.

II- Estrutura formal
1-
O quadro exprime movimento é também um dos quadros mais livres e leves que José Malhoa pintou. O tipo de pincelada é de um só traço, sem perder qualquer pormenor.

2-
José Malhoa aqui apresenta uma pintora de formas absolutas, fechadas e simplificadas apresentado tanto a figura humana como as perspectivas do ambiente em seu redor de forma proporcional.

3-
O quadro encontra-se em perspectiva.

4-
José Malhoa procurou representar até ao mais ínfimo pormenor as sombras projectadas e a incidência da luz e isso vê-se no muro, no chão e no vestido cor-de-rosa.

5- Cor
As cores do quadro são harmónicas, coloridas e claras.

7-
Aqui a uma leitura a nível social, talvez um almoço, ou um lanche entre um casal num ambiente calmo e até romântico.

Trabalho de:
Maria Rocha

Retrato de Teófilo de Braga - Columbano Bordalo Pinheiro



Obra:
Teófilo de Braga
Autor:
Columbano Bordalo Pinheiro
Data:
1917

Período:
Realismo
Localização:
Palácio de Belém
Tema
Ambiente de trabalho doméstico, com livros.
Técnica
Óleo sobre tela

Estrutura Formal
Traço:
Estático
Formas:
Representação espacial:
Luz e sombra:
É um quadro escuro em que a luz está presente apenas no rosto, nas mãos e na secretária.
Cores:
Cores escuras e pálidas, castanho principalmente.
Organização espacial:
Iconografia:
Trabalho de:
Pedro Ramos

Esperando o Sucesso - Henrique Pousão

I – Identificação da Obra

1. Título
«Esperando o sucesso»

2. Autor
Henrique Pousão

3. Data de realização
1882

4. Movimento artístico
Realismo

5. Localização actual
Origem: Roma, Itália
Actualmente: Museu Nacional de Soares dos Reis

6.
Um rapazinho dos arredores de Roma, um desses tipos pitorescos, que servem de modelo aos artistas, está no atelier do pintor, sentado e na atitude de mostrar um desenho, que em um momento de descanso rabiscou num bocado de papel.

7. Técnica
Óleo sobre tela

II – Estrutura

1.
Não exprime muito movimento, apesar de se notar que se trata de uma posição natural

2.
Formas absolutas e fechadas

3.
Perspéctica (3 dimensões)

4.
Luz/sombra real; foco de luz no lado esquerdo da pintura

5.
Cores Harmónicas

6.
Apesar de o personagem estar vertical, todos os outros elementos do quadro dão uma sensação mais horizontal

7.
Simbologia social, devido às suas vestes, que demonstram ser um rapazinho pobre, daí também a sua utilização como modelo, pois não reclamava uma grande recompensa monetária

Trabalho de:Olga Porto

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Cecília - Henrique Pousão


I – Identificação da Obra
1. Obra

Cecília

2. Autor

Henrique Pousão

3. Data da Obra

1882

4. Movimento

Realismo

5. Origem: Roma, Itália
Actualmente: Museu Nacional de Soares dos Reis

6. Tema

Uma rapariga vestida à Napolitana orando

7. Técnica

Óleo sobre tela

II – Estrutura Formal

1.

Não exprime qualquer movimento

2.

Formas absolutas e fechadas

3.

Perspéctica (3 dimensões)

4.

Luz/sombra real; foco de luz na parte superior da pintura

5. Cor

Cores Harmónicas

6.

Figura verticalizada, com eixo centralizado; sem ritmo

7. Iconografia

Simbologia social, devido ao traje regional italiano, e religioso, devido ao tema da pintura.

Trabalho de:
Rita Rosa nº18 12ºJ

Conversa com o vizinho - José Malhoa


I - Identificação da Obra
1- Obra
Conversa com o Vizinho

2 – Autor
José Vital Branco Malhoa (1855-1933); a obra foi posteriormente oferecida a José Filipe Rodrigues.

3- Data
A obra data de 1932.

4 – Movimento
Esta obra está inserida no período do Realismo (vertente naturalista). Esta corrente instala-se na pós-revolução industrial, ou seja, a consolidação do capitalismo e liberalismo comercial que resultaram em desniveís sociais entre burguesia e proletariado, aparecendo novos ideais sociais e políticos que, resultaram em movimentos socialistas, democráticos e republicanos. Deste modo, a consciência do povo e dos artistas modifica-se, tornando-os mais activos e interventivos, lutando pelos seus direitos. A arte incorpora um meio de denúncia. Denúncia da realidade social, do quotidiano dos mais desfavorecidos. Esta era o meio dos artistas revelarem as suas ideias e revoltas.


5 –
Numa opção curiosa e intrigante, Malhoa nunca saiu do seu país natal. Toda a sua aprendizagem, as suas experiências e sua obra tiveram o seu desenvolvimento em Caldas da Rainha( de onde era proveniente) Lisboa, cidade onde passou a maior parte da vida e em torno desta. Por estes motivos o local de origem da obra “Conversa com o Vizinho” só pode variar entre estes locais, não se sabendo exactamente de onde proveio. Actualmente a obra encontra-se no Museu José Malhoa, nas Caldas da Rainha.


Mapa:
6 –Descrição do quadro:Conversa com o Vizinho é uma pintura que representa uma rapariga inclinada sobre o parapeito de uma janela, onde foi colocada uma manta amarela. A figura é seccionada pela cintura no canto inferior direito da composição. Veste saia azul, blusa castanha e um lenço com várias cores sobre os ombros. Dirige o rosto sorridente para cima; o cabelo está apanhado e possui dois pequenos brincos. Do lado direito da figura, pendem alguns ramos de glícias (como um traço de união entre os dois planos, o interior próximo e o exterior longínquo) e vê--se uma parte da parede e do caixilho da janela.
Por detrás da rapariga, em segundo plano, vêem-se campos e montes verdejantes e o céu amarelado.
Significado: estando este quadro inserido numa corrente realista e caracterizado por uma vertente mais naturalista, no geral, tem um significado puramente pictórico. Uma transposição da realidade, um episódio da vida quotidiana, a vida camponesa demonstrada com fidelidade: a simplicidade.

7 – Técnica
O material pastel de óleo. Técnica: Óleo sobre tela, 31x27,5 cm.

II- Estrutura formal
1-Traço:
A pincelada leve mas rigorosa, exprime movimento/ relevo. Malhoa através do seu traço transmite o movimento que é efectuado pela rapariga. O espectador consegue “imaginar” o percurso da rapariga desde o debruçar na janela passando pelo olhar para o plano de “cima”(onde está o vizinho). Pincelada mais definida nas roupas e nas feições.

2- Formas:
Representação da figura humana feita com rigor, respeitando a anatomia das proporções das volumetrias; a realidade objectiva e a natureza observável como ponto de partida, representando-as com total fidelidade e minúcia;

3- Representação espacial:
O retrato é subtil e a paisagem, em segunda plano, marca os volumes;está representada uma pluralidade de formas e dimensões, desde a personagem principal aos trajes e acessórios, passando pela natureza representada que só por si transmite pluridimensionalidade.

4- Luz e sombra:
Conversa com o Vizinho, é um óleo que sublinha um momento,a transição de um ambiente de interior para a paisagem luminosa que se desenvolve lá fora (a transição plástica dos ambientes interiores para a paisagem envolvente, personificada pela rapariga que recebe e reflecte os efeitos da luz, no rosto, no vestuário, nos objectos e natureza circundantes).

5- Cores:
- Uso das gradações de cores primárias; pintura livre, serena e cheia de transparências; as cores são as mais aproximadas da realidade possivel permintindo, assim, uma maior fidelidade à realidade que se está a tratar.

6- Organização espacial:
Relação com cânones académicos;relação de profundidade(distância) marcada pela perspectiva (o primeiro plano que põe em evidência a personagem principal e o segundo plano caracterizado pela natureza).

7- Iconografia:
Pintura que traduz com fidelidade e simplicidade a vida rural. Com simplicidade e harmonia da personagem esta pintura, revela uma expressividade e intensidade dramática do retracto físico e psicológico (simplicidade e felicidade) da mesma. Malhoa pinta uma natureza habitada por pessoas resignadas e humildes (representada por um elemento-rapariga), cuja existência não podem mudar. A realidade tal como ela é.

III- Identificação do Aluno
Sara Alves

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Retrato de Laura Sauvinet - José Malhoa



I - Identificação da Obra
Retrato de Laura Sauvinet
2 – Autor
José Malhoa.

3- Data da Obra
1888
4 – Período
Realismo.O contexto histórico em que se insere é pós-revolução industrial, ou seja, a consolidação do capitalismo e liberalismo comercial que resultaram em desníveis sociais entre burguesia e proletariado, aparecendo novos ideais sociais e políticos que resultaram em movimentos socialistas, democráticos e republicanos. Deste modo, a consciência do povo e dos artistas modifica-se, tornando-os mais activos e interventivos, lutando pelos seus direitos.



5 - Local onde se encontra actualmente
Museu José Malhoa, nas Caldas da Rainha.

6 –
O quadro retrata Laura Sauvinet, uma aluna do artista, sendo que José Malhoa considera esta obra a sua obra-prima.


7 – Técnica

A técnica utilizada foi óleo sobre tela.

II – Estrutura Formal



1- Traço
Expressivo, utilização de pincelada rápida (característica impressionista), exprime movimento contido e relevo, nomeadamente nas vestes e nas mãos que estão representados com muita naturalidade.

2- Forma
Vestes, flores, cabelos e poltrona representados de forma aberta, enquanto que o rosto e as mãos assumem formas fechadas. A captação da forma do rosto foi realizada rigorosamente, de maneira absoluta, ao contrário do vestuário e das flores, cujas formas são ligeiramente difusas, relativas.

3-
Embora não seja nítida, esta é uma representação a três dimensões, podendo-se observar no corpo, mas também na poltrona.

4-
Existe um foco de luz apontado para a face e tronco da personagem, organizando a leitura da obra.

5-
São cores harmónicas, que representam o real, logo, misturadas na paleta.

6 -
A figura encontra-se centrada segundo um eixo vertical.

7-
É apenas a representação de uma aluna do pintor.

III – Identificação
Madalena Matos

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Soares dos Reis - O Desterrado

Identificação da obra
1. Obra




O Desterrado (1872-1879)

2. Autor
Antonio Manuel Soares dos Reis , 1847-1889.

3. Data
Escultura realizada em Roma em 1872 e concluída no Porto em 1874.

4. Período
Esta é uma obra da época realista. Este estilo surgiu devido ao progresso da ciência e da tecnologia e pelos acontecimentos sociais e políticos que tinham proporcionado uma renovação na mural, na ética e nos costumes, o que levou os artistas a aplicar uma visão mais objectiva e rigorosa sobre a realidade e implementar um novo entendimento do papel da arte.

5. Proveniência
Origem em Roma. Finalizada no porto, actualmente situa-se no Museu Nacional De Soares dos Reis.

6. Tema
Está representado um modelo do sexo masculino sentado sobre uma rocha onde bate uma onda, com a cabeça pendente e os braços repousando nas pernas. Pode-se fazer uma leitura romântica da obra devido ao olhar profundo da figura e à presença do mar.

7. Material
Mármore.


Estrutura Formal

1. Formas
O escultor primou pela representação da anatomia (Realista), os pormenores naturalistas permitem alcançar um notável equilíbrio entre a expressividade essencialista e a da imediata vida sensível. Este equilíbrio permitiu-lhe mostrar subtilmente os diversos graus de tensão, através dos quais deixa adivinhar a sensibilidade romântica do tema.

2. Volumes
Esta obra em termos de espaço e volumes estão equilibrados bem como os cheios e os vazios.

3. Movimentos
O cabelo, o entrelaçar dos dedos, desnivelamento das pernas e a onda, representam o movimento desta obra.

4. Efeitos Plásticos


O mármore esculpido não apresenta textura e apenas a sua cor natural, no entanto as formas esculpidas permitem a existência de claro/escuro.

5. Organização Espacial
As linhas a vermelho representam eixos visuais da escultura.

Identificação das alunas e Bibliografia
Ana Costa nº2
Ana Águas nº3
Andreia Guerra nº5

Tema de estudo: Escultura Realista

José Malhoa - O Fado



1- Obra
A obra é conhecida por “O fado”.

2- Autor
O autor da obra é José Malhoa, nascido a 28 de Abril de 1855 nas Caldas da Rainha.

3- DataA obra foi concebida em 1910.


4- PeríodoA obra insere-se na corrente artística denominada por Realismo. Este surge apôs a Revolução Industrial e tem por objectivo aproximar-se o mais possível da realidade que é visível ao olho humano.

5- Proveniência
A obra foi (provavelmente) elaborada nas caldas da Rainha. Actualmente o quadro está no Museu do Fado em Lisboa.




6- TemaO fado é o motivo deste quadro, representando não só o tom melancólico como a canção que o inspirou, mas toda uma sociedade de classe baixa portuguesa que raramente era representada em obras de arte na altura. Este quadro é assim claramente, um retrato do fado e da sociedade urbana que lhe está adjacente.
7 – Técnica
Pintura a óleo sobre tela, mede 150 cm de altura e 183 cm de largura.

II – Estrutura Formal
1- Traço
2- Formas
3- Representação Espacial
A obra é perspéctica, tem três dimensões.
4- Luz e sombraRelativamente ao esquema de luzes, a obra tem um carácter, tanto realista como cénico. Afirmamos que a obra tem um carácter realista pois o pintor tenta representar a realidade como ela é, aproximando-se o mais possível da fotografia. Contudo existem ainda pontos de carácter cénico; focus de luz que incidem principalmente nas personagens, deixando o ambiente envolvente sem destaque (mais escuro e com sombras). Uma característica Impressionista que ainda estava presente na época em questão.

5- CorEsta obra apresenta um conjunto de cores bastante distinto. Existe no quadro, uma predominância de cores quentes de tom escuro como o castanho (do chão, dos quadros, dos móveis e da guitarra) e o negro presente no cabelo das duas figuras, no xaile, nas calças e restante roupa da figura masculina, nas socas e nos sapatos, na porta escondida em parte pela cortina, no candeeiro a óleo e nas zonas das margens esquerda e direita. Os elementos que têm menos destaque têm cores pouco claras, na parede os tons de azul predominam mas é um azul muito “gasto” com alguns espaços a cinzento (cor do cimento), devido à tinta estar a cair, a própria cortina tem tons pouco claros. Estes elementos mais escuros são os que aparentam menor volume por estarem mais em perspectiva, apesar de haver excepções tais como a guitarra (que por ser muito importante para a composição é tocada por uma figura), ou mesmo as roupas das figuras, a mesa e o banco que devido a estarem próximos dos elementos mais importantes da composição (as figuras), também têm maior volume.
6- Organização espacial
O espaço ocupado na obra é central estando as personagens e o resto dos elementos no meio do quadro quer horizontalmente quer verticalmente. Este quadro contem dois planos, sendo o segundo menos relevante. Como primeiro plano temos duas personagens que ocupam uma função fulcral (estando no centro da composição). Ainda neste observamos a mesa e o banco. Neste primeiro plano, homem e mulher parecem estar em simetria um de um lado e outro de outro. Em segundo plano estão todos os outros elementos que em perspectiva são colocados como cenário envolvente. A parte superior do quadro parece estar mais sobrecarregada destes elementos pequenos e pouco definidos.

7 – Iconografia
Todos os elementos presentes no quadro, são símbolos dos costumes da época retratada e da alma portuguesa tais como a guitarra (símbolo mais próximo do fado), o vaso do manjerico (símbolo lisboeta), o leque e as bandarilhas (dando ênfase a tourada que também está ligada ao fado), o registo do Senhor dos Passos (símbolo de religiosidade dos portugueses). Outros elementos como a garrafa, o copo, o cigarro na mão de Adelaide e outro na orelha do cantor, demonstram os vícios dos locais boémios da época, bem como o seu ambiente melancólico fadista que é enaltecido pela forma como as personagens estão vestidas e pelas suas feições.
Amália e Jaime Santo imitam 'O Fado' de José Malhoa

III – Identificação do alunoMiguel Rosa, nº 18
Paula Taveira, nº21
Tiago Fialho, nº 24