João Marques da Silva Oliveira
Contexto Histórico (transversal às 3 obras)
Em Portugal, só a partir de 1870 se começaram a notar sinais de renovação artística, principalmente por influência da cultura francesa. Ainda presas aos ideais românticos e académicos, as faculdades de Belas-Artes de Lisboa e Porto institucionalizaram a atribuição de bolsas para a formação de artistas fora do país, especialmente em Paris, o que proporcionou o contacto dos artistas portugueses com as influências realistas e naturalistas. Um desses artistas foi João Marques da Silva Oliveira.
No entanto, e embora alguns artistas e intelectuais do panorama português (como Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão) tenham aderido ao programa realista, de claros contornos sociais e políticos, foi o naturalismo que se destacou e fez vingar. Inspirado na pintura ao ar livre da Escola de Barbizon, recebeu muito interesse por parte dos artistas e do público portugueses, de tal modo que se prolongou na pintura até cerca de 1940 (quase metade do século XX).
Obra:
Napolitana
Data:
Século XIX (1877-1878)
Origem:
desconhecida
Localização:
Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto
Corrente Artística:
Naturalismo Português
Tema:
Retrato de uma mulher napolitana, com o seu traje tradicional.
Técnica:
Óleo sobre a tela
ESTRUTURA FORMAL
Traço:
Exprime movimento, muito fluido, pincelada curta.
Formas:
Proporcionais, fluidas e em simbiose com o ambiente da obra.
Representação Espacial:
Bidimensional
Luz e Sombra:
Tratamento fotográfico da luz, quase impressionista. Sombra colorida e não negra. Foco de luz proveniente do canto superior direito do quadro.
Cores:
Harmónicas, vivas e puras.
Organização Espacial:
Objecto principal da obra (a mulher) ao centro do quadro; despreocupação com academismos.
Iconografia:
Representação do povo e dos seus costumes e tradições. O traje e acessórios da retratada remetem para esse universo.
Obra:
Costureiras Trabalhando ou Interiores
Data:
Século XIX - 1884
Origem:
desconhecida
Localização:
Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto
Corrente Artística:
Naturalismo Português
Tema:
O trabalho das costureiras, a representação de uma cena interior.
Técnica:
Óleo sobre a tela
ESTRUTURA FORMAL
Traço:
Exprime o relevo das formas, e parece bastante um pouco rígido.
Formas:
Fechadas, proporcionais
Representação Espacial:
Perspéctica
Luz e Sombra:
Foco de luz proveniente da janela aberta. Sombras negras, e muito definidas.
Cores:
Puras.
Organização Espacial:
Eixos organizacionais atravessam a obra a meio na horizontal e do canto superior esquerdo ao inferior direito.
Iconografia:
Representação do dia-a-dia das mulheres, de classe média-baixa.
Obra:Esperando os Barcos
Data:
Século XIX - 1892
Origem:
desconhecida
Localização:
Museu do Chiado, Lisboa
Corrente Artística:
Naturalismo Português
Tema:
Retrato de uma mulher do povo, pensativa, à espera de um barco.
Técnica:
Óleo sobre a tela
ESTRUTURA FORMAL
Traço:
Exprime movimento, e é mais definido no plano principal, tornando-se menos definido nos planos mais profundos. Pincelada rígida e regrada no plano principal, e rápida e indefinida nos planos mais profundos.
Formas:
Proporcionais, um pouco rígidas, e muito realistas
Representação Espacial:
Perspéctica
Luz e Sombra:
Tratamento fotográfico da luz, quase impressionista. Sombras coloridas.
Cores:
Puras, vivas e harmónicas
Organização Espacial:
Com eixos que dividem a obra a meio, na horizontal, e com o objecto principal da obra (a mulher), descentrada, situada à esquerda do centro.
Iconografia:
Representação de um momento da vida de uma mulher do povo, e da sua angústia ao esperar que um hipotético marido ou familiar volte de um dia de trabalho no mar.
Trabalho de:
Diogo Jorge
Mariana Fernandes
Ricardo Silva
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